Devemos a ele o gentílico que está escrito no campo naturalidade de nossos RGs. Mais que isso, devemos respeito a ele. E parece que esta dívida não está sendo paga. O rio Jundiaí nasce límpido e cristalino na Serra da Cantareira, no município de Mairiporã. E conduz sua água de qualidade pelos declives do relevo até chegar à cidade de Campo Limpo Paulista. Industrializada, com importantes fábricas a exemplo da alemã Thyssen-Krupp; e populosa, com mais de 70 mil habitantes – relativamente poucos aqui em nossa macrometrópole paulista, mas representativos em outras partes do país – que, contudo, não possuem saneamento básico adequado. O agravante é que não são ‘apenas’ estas 70 mil pessoas que geram o esgoto na região, pois mais de 100 mil varzinos fazem o mesmo.
Apesar do fato de que a maioria do esgoto campolimpense e varzino é coletado pela Sabesp, o mesmo não é tratado. Depois de recolhido e conduzido pelas galerias da companhia de saneamento, é simplesmente lançado ao rio. Devido a isto, é urgente a construção e operação de uma estação de tratamento de esgoto que atenda a 100% do esgoto egresso da rede de saneamento básico da região. É responsabilidade da Sabesp fazê-la, porém não há uma solução até hoje para o caso.
Devido a isto, Jundiaí, que trata 100% do esgoto coletado na cidade por meio de uma empresa de saneamento própria, a DAE, é cortada por um rio Jundiaí não mais límpido e cristalino, porém poluído e com águas impróprias para o consumo. A nossa cidade cabe, juntamente com nossos municípios vizinhos com o qual compartilhamos a bacia hidrográfica do rio Jundiaí, pressionar a Sabesp para que trate o esgoto e preserve este rio a que devemos tanto.
É incrível que, com o conhecimento que possuímos sobre os problemas e as soluções do meio ambiente, haja tamanha negligência em um problema tão simples quanto o tratamento de esgoto. Não é como o saneamento básico em todo o seu sentido e toda a sua abrangência. Este último necessita de instalações de galerias, encanamentos e muito mais. Porém, em nosso caso, onde já possuímos a rede coletora e a única peça que falta é a simples construção de uma estação de tratamento, a única explicação para a não solução da questão é simples falta de vontade.
Áreas como Saúde e Educação não necessitam de simples aportes em dinheiro. São muito mais complexos. Assim como Transportes e mais outras áreas. Nosso caso é relativamente simples, pois necessita de um simples aporte em dinheiro que custeie a construção de uma instalação que trate os esgotos antes dos mesmos serem lançados no rio.
Enquanto isto, nosso rio recebe classificação máxima (diria mínima) de Classe 4, ou muito poluído. Problemas que poderiam ser melhores resolvidos com a instituição de uma Aglomeração Urbana, ou mesmo uma Região Metropolitana, pois a real região influência de Jundiaí se estende... Bom, mas isto é assunto para outro post. ■